A Importância de Satisfazer as Necessidades Básicas dos filhos.

segunda-feira, 6 de junho de 2016



Criar filhos hoje em dia não tem sido uma tarefa fácil. Nossos filhos estão crescendo em circunstâncias muito diferentes daquelas de nossa época. Eles têm mais acesso as informações e o aprendizado acontece de forma rápida, porém muitas vezes com base em fundamentos errados. 

Mas apesar das dificuldades, não podemos nos omitir de satisfazer suas necessidades básicas. Delas depende a vida e o futuro dos nossos filhos. 

Como qualquer ser humano, as crianças têm necessidades biológicas, mas também tem necessidades importantes para o seu desenvolvimento psicossocial, ou seja, afetivo, cognitivo, social, moral, e também espiritual. 

Diante disso, pretendo fazer uma avaliação das necessidades das crianças, a partir daquelas apontadas no livro " Sete necessidades básicas da criança - John Drescher.


AS NECESSIDADES BÁSICAS DAS CRIANÇAS:

Conforme mencionei, Jonh Drescher aponta que as crianças apresentam 7 necessidades, que são a base para o desenvolvimento sadio e equilibrado. Essas necessidades seriam: 1.Significado; 2. Aceitação; 3. Amor; 4. Segurança; 5. Elogio; 6. Disciplina; e 7. Necessidade de Deus. 

No entanto, para melhor aproveitamento deste artigo, irei discorrer sobre aquelas que considero, para este momento, que necessitam de melhor atenção. Muito embora, repito, todas as necessidades expostas sejam legítimas e importantes para o pleno desenvolvimento de nossos filhos.

1.  Necessidade de Aceitação , significado, e Amor. 

Está claro que a criança tem necessidade de laços afetivos estáveis, incondicionais e continuo. Assim ela se vincula aos seus pais e família, e desenvolve um sentimento de pertencimento ( aceitação).

Carl Rogers (2007), psicólogo humanista, " pai" da terceira corrente mais difundida da psicologia - Centrada na Pessoa - cuja suas grandes contribuições estão mais voltadas para a área Educação, afirma que:
"Quando as pessoas são aceitas, de forma incondicional, elas tendem a manifestar-se de forma mais autêntica, conseguindo desenvolver suas potencialidades" 

As crianças quando se sentem aceitas e amadas, vão se apropriando de significados ( códigos) que constroem sua identidade ( Eu).Portanto, uma criança que se sente aceita (valorizada), torna-se um adulto seguro e com autoestima elevada.

John Drescher afirmar que a necessidade de aceitação se supri através de laços afetivos. E que é imperativo que a criança se sinta amada, porém, chama atenção quando diz: " que nada é mais importante para a felicidade de uma criança, assim como para o seu sentido de significado, do que o amor dos pais, um pelo outro." É importante que ela sinta-se amada, mas que também aprenda a amar. 

Desse modo, ela não deve ser o centro das atenções dos pais, pois assim se tornaria uma pessoa egocêntrica ( em que suas necessidades ou vontades devem vir em primeiro lugar).

James Hunter, em o Monge e o Executivo, relata ter se deparado, ao longo de suas incursões em empresas, com executivos movidos somente para atender seus caprichos (vontades) e impulsos. É a turma do " Eu Primeiro".

Passei minha carreira lidando com executivos que são verdadeiras crianças grandes". Por trás de todos os truques de estilo - charme, perspicácia, inteligência é um belo terno Armani - está uma criança mimada batendo o pé: " Eu primeiro, e você que se dane!"


Particularmente concordo com Hunter quando diz que para uma criança de 2 anos uma atitude assim pode até ser " engraçadinha", mas em um adulto é no mínimo ridículo. 

Portanto, " O filho tem que saber que ele completa a alegria do casal, e que faz parte de algo que já existe. O centro correto é o relacionamento marido-mulher." ( John Drescher)

2. Necessidade de disciplina


Na educação de nossos filhos é muito importante incluir uma série de normas de conduta e valores que promovam seu pleno desenvolvimento moral e ético. E para ensinar essas questões, algumas vezes, teremos que aplicar a disciplina. 

A própria Bíblia garante que a disciplina é uma expressão de amor: " Quem se nega a castigar seu filho não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo. (Pv 13:24)


Apesar disso, existem uma série de crenças erradas sobre a disciplina, que fazem com que alguns pais tenham resistência quanto aplicação da mesma. Mas aquela que mais vemos ser compartilhada, é a de que a disciplina pode provocar danos irreversíveis a personalidade e auto estima da criança. Ou seja, pais que se utilizam da correção (física ou castigo) na educação dos filhos, estariam gerando crianças inseguras, violentas e com baixa auto estima. No entanto, sabemos que a criança precisa de referência quanto ao que pode e não pode fazer.


E tem mais! Quando os pais evitam disciplinar seus filhos e que vivenciem algum nível de frustração, a própria vida se encarregará de proporcionar consequências negativas e experiências dolorosas, cujo os quais estes filhos (agora não mais crianças) não saberão enfrentar - uma vez que nunca antes haviam vivenciado isso em seu ambiente familiar.

Satisfazendo todas as vontades das crianças e adolescentes. As conseqüências imediatas dessas atitudes são jovens que não toleram frustrações, não conseguem formar uma escala de valores e colocam suas necessidades acima das dos outros.

Dante Donatelli afirma que " cada dia mais os pais dão aos filhos uma autoridade que não lhes pertence, satisfazendo seus desejos e fantasias no limite da irracionalidade." (2006)


Para finalizar, Içami Tiba já dizia que é muito comum os pais cometerem o que denominou de "erros do amor". E que portanto, se uma criança e adolescente foi educada com os erros do amor, apresentam o mais risco em inclusive vir tornar-se um usuário de drogas. 


Assim concluímos que toda criança precisa de limites. E quando os pais disciplinam seus filhos, emitem mensagens, que reforçam as demais necessidades da criança. Ela se sente amada, pertencente à, cuidada, e protegida.


3. Necessidade de Deus

Biblicamente os pais encontram princípios e orientações para a educação dos filhos: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" (Pv 22:6)

Gerar filhos é uma benção, mas a graça se torna maior ainda, quando estes filhos gerados são criados e educados segundo a vontade de Deus.

Se verdadeiramente quisermos que este versículo acima seja uma realidade na vida de nossos filhos, cabe a nós, os pais, viver em obediência a Palavra de Deus - servindo de espelho (modelo) para nossos filhos.


Ensinar a criança no caminho em que deve andar é viver a vida de Jesus a cada momento de nossa vida. É exalar o bom perfume de Cristo em nossas casas (lares), para que nossos filhos vejam Jesus e o seu amor através de nós. 

E conforme iniciei neste artigo, sabemos que educar os filhos é um desafio tremendo para os nossos dias. Não é fácil e não é simples! 

Mas não podemos desistir. Não podemos desistir dos filhos, do futuro deles e das próximas gerações. E não podemos rejeitar o presente que o Senhor nos entregou.

"O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele” (Lucas 2:40).

Autora: Andressa Bueno




Fonte:
ROGERS, Carl. Tornar-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
DRESCHER, John M. Sete necessidades básicas da criança. 3ª edição. Mundo Cristão, 2012.
DONATELLI, Dante. A vida em família - As novas formas de tirania.   ARX, 2006.
HUNTER, James. O Monge e o Executivo. Editora Sextante, 2004.
TIBA, Içami. Anjos Caídos. Editora Gente, 2003. 

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