Muitos sonham com um
relacionamento [ entre irmãos, amigos, discípulos, parentes...] ou casamento
perfeitos, do tipo sem discórdias, conflitos, dificuldades de comunicação,
brigas intensas, raiva e manipulação. Mas a questão é que nenhum de nós jamais
realizará esse sonho, pois nossos relacionamentos envolvem pessoas imperfeitas
(e você é uma dessas pessoas também!).
Mas independente de qualquer
desafio [quer seja gerado por forças internas ou externas] que possamos
enfrentar, existe um padrão divino que deve nortear nossas relações, pois o
desejo Deus é que em tudo sejamos bem sucedidos.
Somos seres relacionáveis. Foi
assim que Ele nos fez [a sua imagem e semelhança]. No princípio, Yahweh nos
criou para um relacionamento com ele. E através de Jesus, esta comunhão
maculada pelo pecado, é restaurada.
Mark Baker, em Jesus o Maior
Psicólogo que já existiu, afirma que: " o pecado acontece
quando quebramos relacionamentos e que a salvação ocorre quando o
restabelecemos." E acrescenta: "os bons relacionamentos nos curam.
Não podemos ser psicologicamente saudáveis se não nos relacionarmos de um modo
saudável com nós mesmos e com os outros."
A palavra arrependimento no grego
(metanoia), significa mudar de ideia. E é exatamente disso que precisamos!
Devemos mudar nossa maneira de pensar e agir em nossos
relacionamentos.
No livro de Mateus ( 13:44)
esta escrito: "O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro
escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de
alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo."
Nossos relacionamentos devem seguir
o modelo dos " céus", pois assemelha-se a um tesouro escondido. É
assim que Deus define os relacionamentos: um tesouro. E quando o encontra, não
importa o custo para tornar-se seu proprietário. Se está enterrado, tudo se faz
para comprar o campo onde está escondido. Pois nenhum investimento é alto
demais para viver um bom relacionamento ou casamento.
A Bíblia também vai dizer
"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso
coração."(Mateus 6:21).
Pois quando consideramos algo
realmente valioso nossa atitude é cuidar, zelar e proteger. O casamento,
família, as amizades são como esse tesouro que precisa ser bem cuidado.
Mas para que isso aconteça! Para
que venhamos a cuidar dos nossos relacionamentos como um tesouro precioso, é
preciso entender que os relacionamentos nunca se tratam apenas de nós. Nunca se
tratam apenas dos nossos planos, propósitos e da nossa felicidade. Eles não se
tratam apenas das pessoas de quem queremos estar perto, ou das coisas que
queremos receber desses relacionamentos. Há sempre algo maior acontecendo
porque há um Deus que é soberano e presente como testemunha fiel, em cada
relação.
Sabemos que Yahweh entregou a
Moisés os 10 mandamentos para que a partir deles pudessem nortear suas relações
entre si e com o próprio Deus. Mas Jesus fez mais, quando resumiu todos esses
mandamentos em dois grandes mandamentos:
“Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. “Este é o grande e primeiro mandamento. “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” ( Mt 22:37-40)
Amar é um mandamento. E como tal
tem força de uma ordenança. Mas muito erroneamente quando falamos em amor
pensamos no sentimento, muito embora, amar está relacionado ao comportamento
muito mais do que ao sentimento. Ou seja, para amar [obedecer o principio], não
preciso sentir amor, mas me comportar como se...[amando].
Em o Livro " o Monge e o
Executivo", consta a seguinte citação: " Não tenho necessariamente
que gostar de meu jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é
lealdade, o amor é trabalho de equipe, o amor respeita a dignidade e a
individualidade. Esta é a força de qualquer organização - Vince Lombardi."
Para o autor, amar se resume a
uma escolha [decisão]. E ainda acrescenta: " Nem sempre posso controlar o
que sinto a respeito de outra pessoa, mas posso controlar como me comporto em
relação a outras pessoas."
Assim sendo, usando como
fundamento o texto áureo de 1 Coríntios 13: 4-7, quero destacar alguns formas de como devemos comportar em amor para com o outro.
Receita de Amor
" O amor é PACIENTE; o amor é BONDOSO. Não inveja, não se vangloria, nem é arrogante [ se resume em ser HUMILDE]. Não se porta de maneira inconveniente [ tratar a todos com RESPEITO ]não age egoisticamente, não se enfurece facilmente, não guarda ressentimentos. O amor não se alegra com a injustiça [ HONESTIDADE ], pois sua felicidade está na verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (grifos meu)
- Paciência. Saber esperar. Esperar inclusive o tempo do outro. E para isso é preciso ter autocontrole.
- Bondade. Inclinação para fazer o bem. Tratar o outro como gostaria de ser tratado.
- Humildade. Sem pretensão, orgulho ou arrogância; conhecer suas próprias limitações. Daí, cabe reconhecer que não somos autossuficientes, mas que sempre precisaremos do outro.
- Respeito. Consideração; Tratar as pessoas como são - importantes.
- Abnegação. Não é egoísta. Pensar não somente nas suas necessidades, mas também do outro. Lembre-se! Em um relacionamento não se trata em somente satisfazer suas necessidades.
- Perdão. Saber perder. Os relacionamentos segundo os padrões do mundo não admitem perder nada. Pelo contrário, só pensam em ganhar. Mas pelos conceitos dos céus, aquele que perde ganha. Jesus ofertou (perdeu) sua própria vida para nos reconciliar com o Pai.
- Honestidade. Dedicado a verdade " custe o que custar".
- Compromisso. Pacto. Aliançado. Sustentar as escolhas.
O relacionamento perfeito é
aquele que caminha para a maturidade. E ter maturidade significa reconhecer que
continuaremos errando uns com os outros, porém, sempre somos capazes de rever
nossas ações e corrigi-las.
Andressa Bueno
pastora e psicóloga
BAKER, Mark W. "Jesus o maior psicólogo
que já existiu”. Editora Sextante, 2005.
HUNTER, James C. “ O Monge e o executivo”.
Editora Sextante, 2004.