AVANÇANDO NOS RELACIONAMENTOS – PARTE II “MEU BOM TESOURO”

sexta-feira, 29 de abril de 2016



Muitos sonham com um relacionamento [ entre irmãos, amigos, discípulos, parentes...] ou casamento perfeitos, do tipo sem discórdias, conflitos, dificuldades de comunicação, brigas intensas, raiva e manipulação. Mas a questão é que nenhum de nós jamais realizará esse sonho, pois nossos relacionamentos envolvem pessoas imperfeitas (e você é uma dessas pessoas também!).

Mas independente de qualquer desafio [quer seja gerado por forças internas ou externas] que possamos enfrentar, existe um padrão divino que deve nortear nossas relações, pois o desejo Deus é que em tudo sejamos bem sucedidos. 

Somos seres relacionáveis. Foi assim que Ele nos fez [a sua imagem e semelhança]. No princípio, Yahweh nos criou para um relacionamento com ele. E através de Jesus, esta comunhão maculada pelo pecado, é restaurada. 

Mark Baker, em Jesus o Maior Psicólogo que já existiu, afirma que: " o pecado acontece quando quebramos relacionamentos e que a salvação ocorre quando o restabelecemos." E acrescenta: "os bons relacionamentos nos curam. Não podemos ser psicologicamente saudáveis se não nos relacionarmos de um modo saudável com nós mesmos e com os outros." 

A palavra arrependimento no grego (metanoia), significa mudar de ideia. E é exatamente disso que precisamos! Devemos  mudar nossa maneira de pensar e agir em nossos relacionamentos. 

No livro de Mateus ( 13:44) esta escrito: "O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo."

Nossos relacionamentos devem seguir o modelo dos " céus", pois assemelha-se a um tesouro escondido. É assim que Deus define os relacionamentos: um tesouro. E quando o encontra, não importa o custo para tornar-se seu proprietário. Se está enterrado, tudo se faz para comprar o campo onde está escondido. Pois nenhum investimento é alto demais para viver um bom relacionamento ou casamento. 

A Bíblia também vai dizer "Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."(Mateus 6:21).

Pois quando consideramos algo realmente valioso nossa atitude é cuidar, zelar e proteger. O casamento, família, as amizades são como esse tesouro que precisa ser bem cuidado.

Mas para que isso aconteça! Para que venhamos a cuidar dos nossos relacionamentos como um tesouro precioso, é preciso entender que os relacionamentos nunca se tratam apenas de nós. Nunca se tratam apenas dos nossos planos, propósitos e da nossa felicidade. Eles não se tratam apenas das pessoas de quem queremos estar perto, ou das coisas que queremos receber desses relacionamentos. Há sempre algo maior acontecendo porque há um Deus que é soberano e presente como testemunha fiel, em cada relação. 

Sabemos que Yahweh entregou a Moisés os 10 mandamentos para que a partir deles pudessem nortear suas relações entre si e com o próprio Deus. Mas Jesus fez mais, quando resumiu todos esses mandamentos em dois grandes mandamentos: 

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. “Este é o grande e primeiro mandamento. “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” ( Mt 22:37-40)

Amar é um mandamento. E como tal tem força de uma ordenança. Mas muito erroneamente quando falamos em amor pensamos no sentimento, muito embora, amar está relacionado ao comportamento muito mais do que ao sentimento. Ou seja, para amar [obedecer o principio], não preciso sentir amor, mas me comportar como se...[amando].

Em o Livro " o Monge e o Executivo", consta a seguinte citação: " Não tenho necessariamente que gostar de meu jogadores e sócios, mas como líder devo amá-los. O amor é lealdade, o amor é trabalho de equipe, o amor respeita a dignidade e a individualidade. Esta é a força de qualquer organização - Vince Lombardi."

Para o autor, amar se resume a uma escolha [decisão]. E ainda acrescenta: " Nem sempre posso controlar o que sinto a respeito de outra pessoa, mas posso controlar como me comporto em relação a outras pessoas."

Assim sendo, usando como fundamento o texto áureo de 1 Coríntios 13: 4-7, quero destacar alguns formas de como devemos comportar em amor para com o outro. 

Receita de Amor

" O amor é PACIENTE; o amor é BONDOSO. Não inveja, não se vangloria, nem é arrogante [ se resume em ser HUMILDE]. Não  se porta de maneira inconveniente [ tratar a todos com RESPEITO ]não age egoisticamente, não se enfurece facilmente, não guarda ressentimentos. O amor não se alegra com a injustiça [ HONESTIDADE ], pois sua felicidade está na verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta." (grifos meu)

  1. Paciência. Saber esperar. Esperar inclusive o tempo do outro. E para isso é preciso ter autocontrole. 
  2. Bondade. Inclinação para fazer o bem. Tratar o outro como gostaria de ser tratado.
  3. Humildade. Sem pretensão, orgulho ou arrogância; conhecer suas próprias limitações. Daí, cabe reconhecer que não somos autossuficientes, mas que sempre precisaremos do outro.
  4. Respeito. Consideração; Tratar as pessoas como são - importantes.
  5. Abnegação. Não é egoísta. Pensar não somente nas suas necessidades, mas também do outro. Lembre-se! Em um relacionamento não se trata em somente satisfazer suas necessidades. 
  6. Perdão. Saber perder. Os relacionamentos segundo os padrões do mundo não admitem perder nada. Pelo contrário, só pensam em ganhar. Mas pelos conceitos dos céus, aquele que perde ganha. Jesus ofertou (perdeu) sua própria vida para nos reconciliar com o Pai.
  7. Honestidade. Dedicado a verdade " custe o que custar". 
  8. Compromisso. Pacto. Aliançado. Sustentar as escolhas.


O relacionamento perfeito é aquele que caminha para a maturidade. E ter maturidade significa reconhecer que continuaremos errando uns com os outros, porém, sempre somos capazes de rever nossas ações e corrigi-las. 

Andressa Bueno
pastora e psicóloga





BAKER, Mark W. "Jesus o maior psicólogo que já existiu”. Editora Sextante, 2005.
HUNTER, James C. “ O Monge e o executivo”. Editora Sextante, 2004.


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