Por: Andressa Bueno
O nosso dia a dia é repleto de situações capazes de nos afetar emocionalmente. Podem nos comover, nos deixar alegres ou tristes e também nos deixar com raiva. A raiva é um sentimento natural em todos os seres humanos, mas a forma como cada um lida com ela varia muito. Há pessoas que possuem extrema dificuldade de se posicionar em um momento de conflito e de expressar para o outro a sua insatisfação.
A maioria das pessoas acredita que expressar a raiva significa perder o controle. Não é verdade. Conseguir demonstrá-la não significa que precisemos brigar, ofender ou sermos violentos, mas que possamos verbalizar ao outro o nosso desconforto. É importante reconhecer essa emoção e saber expô-la para quem a provocou.
E se eu me calar?
A dificuldade de se expor ou até mesmo de reconhecer a própria insatisfação gera uma tensão interna que tende a se acumular, uma vez que não se permite que a raiva seja dissipada. Esse processo pode gerar diversos problemas futuros para quem se cala.
Um desses problemas, que é bastante comum, é o surgimento de sintomas psicossomáticos. Ou seja, quando não conseguimos esvaziar esse desconforto interno, o nosso corpo reage. Os sintomas mais corriqueiros são os gastrointestinais (gastrite, úlcera, diarreia…), doenças de pele e pressão alta. Portanto, se não quiser adoecer, fale dos seus sentimentos.
Outro problema importante é que quando há um excesso desses sentimentos, provavelmente chegará um momento em que essa raiva será insuportável e haverá uma explosão que, consequentemente, será desproporcional àquilo que a desencadeou. Sérias brigas, mágoas e até mesmo rompimentos podem decorrer desse descontrole - situações muitas vezes sem volta e que geram arrependimentos futuros.
O que acontece é que quando não abrimos um canal para que ela evapore, podemos estar causando muito mal a nós mesmos, contaminando o resto das emoções, pensamentos e comportamentos que geramos a partir desse momento.
Frequentemente evita- se o confronto com alguém por várias razões que variam entre o medo do embate, insegurança, receio de magoar o outro e medo de ser rejeitado.
Como é possível lidar com essa dificuldade?
O primeiro passo é olhar para si e refletir qual foi o verdadeiro motivo para tamanha raiva. Será que foi a atitude de alguém ou foi a forma como essa atitude refletiu em algum ponto sensível seu?
Quando percebemos que temos motivo para estarmos desconfortáveis com uma determinada pessoa é importante seguir em frente e expressar esses sentimentos.
" Se teu irmão pecar contra ti, vai e, em particular com ele, conversem sobre a falta que cometeu. Se ele te der ouvidos, ganhaste a teu irmão." (Mateus 18:15)
Portanto, pare, reflita e se pergunte o que te incomodou tanto na atitude do outro!
Qual é a melhor forma de expor a sua raiva?
Descreva o problema ou o que ocasionou a raiva de forma objetiva e é muito importante também expressar como está se sentindo.
Conseguir verbalizar aquilo que sentimos sem medo da rejeição é um importante aprendizado e crescimento pessoal, além de, promover um forte alívio - pois dissipa toda a tensão e angústia acumuladas. Esse alívio se reflete diretamente no seu bem estar e na sua auto estima.
Você se sentirá cada vez mais seguro para seguir adiante e viver mais honestamente as suas relações.