Quando a boca cala, o corpo fala!

segunda-feira, 22 de agosto de 2016



Por: Andressa Bueno

O nosso dia a dia é repleto de situações capazes de nos afetar emocionalmente. Podem nos comover, nos deixar alegres ou tristes e também nos deixar com raiva. A raiva é um sentimento natural em todos os seres humanos, mas a forma como cada um lida com ela varia muito. Há pessoas que possuem extrema dificuldade de se posicionar em um momento de conflito e de expressar para o outro a sua insatisfação. 


A maioria das pessoas acredita que expressar a raiva significa perder o controle. Não é verdade. Conseguir demonstrá-la não significa que precisemos brigar, ofender ou sermos violentos, mas que possamos verbalizar ao outro o nosso desconforto. É importante reconhecer essa emoção e saber expô-la para quem a provocou.

E se eu me calar?

A dificuldade de se expor ou até mesmo de reconhecer a própria insatisfação gera uma tensão interna que tende a se acumular, uma vez que não se permite que a raiva seja dissipada. Esse processo pode gerar diversos problemas futuros para quem se cala.

Um desses problemas, que é bastante comum, é o surgimento de sintomas psicossomáticos. Ou seja, quando não conseguimos esvaziar esse desconforto interno, o nosso corpo reage. Os sintomas mais corriqueiros são os gastrointestinais (gastrite, úlcera, diarreia…), doenças de pele e pressão alta. Portanto, se não quiser adoecer, fale dos seus sentimentos. 

Outro problema importante é que quando há um excesso desses sentimentos, provavelmente chegará um momento em que essa raiva será insuportável e haverá uma explosão que, consequentemente, será desproporcional àquilo que a desencadeou. Sérias brigas, mágoas e até mesmo rompimentos podem decorrer desse descontrole - situações muitas vezes sem volta e que geram arrependimentos futuros.

O que acontece é que quando não abrimos um canal para que ela evapore, podemos estar causando muito mal a nós mesmos, contaminando o resto das emoções, pensamentos e comportamentos que geramos a partir desse momento.

Frequentemente evita- se  o confronto com alguém por várias razões que variam entre o medo do embate, insegurança, receio de magoar o outro e medo de ser rejeitado.

Como é possível lidar com essa dificuldade?

O primeiro passo é olhar para si e refletir qual foi o verdadeiro motivo para tamanha raiva. Será que foi a atitude de alguém ou foi a forma como essa atitude refletiu em algum ponto sensível seu?

Quando percebemos que temos motivo para estarmos desconfortáveis com uma determinada pessoa é importante seguir em frente e expressar esses sentimentos. 

" Se teu irmão pecar contra ti, vai e, em particular com ele, conversem sobre a falta que cometeu. Se ele te der ouvidos, ganhaste a teu irmão." (Mateus 18:15)

Portanto, pare, reflita e se pergunte o que te incomodou tanto na atitude do outro! 

Qual é a melhor forma de expor a sua raiva? 

Descreva  o problema ou o que ocasionou a raiva de forma objetiva e é muito importante também expressar como está se sentindo. 

Conseguir verbalizar aquilo que sentimos sem medo da rejeição é um importante aprendizado e crescimento pessoal, além de, promover um forte alívio - pois dissipa toda a tensão e angústia acumuladas. Esse alívio se reflete diretamente no seu bem estar e na sua auto estima. 

Você se sentirá cada vez mais seguro para seguir adiante e viver mais honestamente as suas relações. 

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