Um forte egoísmo protege contra o adoecimento, mas, no final, precisamos começar a amar para não adoecer, e iremos adoecer se, em conseqüência de impedimentos, não pudermos amar. (FREUD, 1914, p. 106)
Narciso é filho do rei Céfiso e da Ninfa Liríope. Embora tenha sido uma gravidez não desejável e árdua, fôra concebido este lindo menino. Narciso era considerado um mortal de suprema beleza, mais belo do que os próprios imortais, despertando o desejo das deusas, ninfas e jovens da Grécia. No entanto, toda esta formosura do filho despertava um certo receio em Liríope. Frente a tal preocupação, vai consultar Tirésias (adivinho, profeta) para saber quantos anos viveria seu filho, visto que era o mais esplêndido dos mortais. Tirésias comunica à Liriope que seu filho poderia viver muitos anos, com a condição de que não se visse.
Narciso é filho do rei Céfiso e da Ninfa Liríope. Embora tenha sido uma gravidez não desejável e árdua, fôra concebido este lindo menino. Narciso era considerado um mortal de suprema beleza, mais belo do que os próprios imortais, despertando o desejo das deusas, ninfas e jovens da Grécia. No entanto, toda esta formosura do filho despertava um certo receio em Liríope. Frente a tal preocupação, vai consultar Tirésias (adivinho, profeta) para saber quantos anos viveria seu filho, visto que era o mais esplêndido dos mortais. Tirésias comunica à Liriope que seu filho poderia viver muitos anos, com a condição de que não se visse.
Narciso passou a despertar o encantamento de muitas jovens e ninfas. Entretanto, mostrava-se indiferente a quem se maravilhava por ele. Uma ninfa chamada Eco se apaixonou por Narciso. Eco havia sido punida pela deusa Hera a não conversar mais, somente repetindo as últimas palavras que ouvisse.
No verão, Narciso se aproxima de um lago para aliviar a sede que sentia. Ao chegar perto, pôde ver sua imagem refletida como se num espelho, supondo haver outro ser. Ele nunca havia visto seu próprio reflexo, e não fazia idéia que aquele jovem era ele mesmo. “Viu-se e não mais pôde sair dali: Apaixonara-se pela própria imagem”. Assim que ele sorriu, o rapaz também sorriu para ele. Quando ele tentou alcançar o jovem, os braços refletidos estenderam-se em sua direção. Mas quando tentou tocá-los, as águas ondularam-se e a imagem desapareceu. Ele chorou e lamentou até perceber que se apaixonara por seu próprio reflexo. Mas já era tarde. Ele estava tão profundamente apaixonado que tudo o que podia fazer era ficar onde estava olhando para si mesmo até o esgotamento. Exausto, Narciso caiu no lago.
No verão, Narciso se aproxima de um lago para aliviar a sede que sentia. Ao chegar perto, pôde ver sua imagem refletida como se num espelho, supondo haver outro ser. Ele nunca havia visto seu próprio reflexo, e não fazia idéia que aquele jovem era ele mesmo. “Viu-se e não mais pôde sair dali: Apaixonara-se pela própria imagem”. Assim que ele sorriu, o rapaz também sorriu para ele. Quando ele tentou alcançar o jovem, os braços refletidos estenderam-se em sua direção. Mas quando tentou tocá-los, as águas ondularam-se e a imagem desapareceu. Ele chorou e lamentou até perceber que se apaixonara por seu próprio reflexo. Mas já era tarde. Ele estava tão profundamente apaixonado que tudo o que podia fazer era ficar onde estava olhando para si mesmo até o esgotamento. Exausto, Narciso caiu no lago.
A história acima trata-se da Mitologia Grega sobre Narciso, que dá origem ao termo narcisismo amplamente discutido entre psicólogos e psiquiatras. O mito narra a historia Narciso, um jovem muito bonito que desprezou o amor da ninfa Eco e por isso foi condenado a apaixonar-se por sua própria imagem espelhada na água. Este amor impossível levou Narciso à morte, afogado em seu reflexo. O narcisismo, portanto, retrata a tendência do indivíduo de alimentar uma paixão por si mesmo.
Segundo Freud, isso acontece com todos até um certo ponto, a partir do qual deixa de ser saudável e se torna doentio, conforme os parâmetros psicológicos e psiquiátricos. Portanto, existem por aí muitos narcisos que desenvolvem um culto ao seu próprio corpo. Este termo, como tantos outros emigrados do campo psíquico, tornou-se comumente usado para indicar alguém extremamente vaidoso ou egoísta
Segundo Freud, isso acontece com todos até um certo ponto, a partir do qual deixa de ser saudável e se torna doentio, conforme os parâmetros psicológicos e psiquiátricos. Portanto, existem por aí muitos narcisos que desenvolvem um culto ao seu próprio corpo. Este termo, como tantos outros emigrados do campo psíquico, tornou-se comumente usado para indicar alguém extremamente vaidoso ou egoísta
Mas qual a relação entre Narciso e o Jardim do Edém (Paraíso Terrestre) - lugar criado por Deus como habitação do homem?
Para entendermos esta relação, primeiramente precisamos nos reportar ao inicio de tudo. A Bíblia nos relata, mas precisamente no livro de Genesis, que Deus criou homem e mulher a sua imagem e semelhança – imagem perfeita e fez uma morada (Éden) para este casal viverem seus dias imortais em abundancia e gozo na presença do Senhor. No centro do Éden havia uma árvore que nela estava o conhecimento do Bem e Mal. Deus lhes ordenou: "Não comam do fruto da árvore do conhecimento, pois no dia em que comerem morrerão." Esta árvore foi o limite/veto estabelecido por Deus para o homem, pois ainda que tivessem a imagem de Deus; poder para governar e dominar a terra e vivessem em uma comunhão irrestrita com Deus, com tudo isso, não eram Deus.
Homem e Mulher tiveram uma opção: abster-se de comer o fruto da árvore e viver para sempre no Jardim; ou comê-lo e serem banidos para o mundo da mortalidade.
Deus disse: "Certamente morrerás.". "Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrerás." (Gênesis 3:1-4). O diabo negou as palavras de Deus apregoando um pecado sem conseqüências.
Deus disse: "Certamente morrerás.". "Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrerás." (Gênesis 3:1-4). O diabo negou as palavras de Deus apregoando um pecado sem conseqüências.
Eva jamais pensou em perguntar-se como uma criatura inferior poderia saber mais que Deus! Ela foi crédula o bastante para crer que poderia ser como Deus (um deus), conhecendo o bem e o mal apenas por comer do fruto proibido. Então, quando ela percebeu que a árvore era boa como fonte de alimento (a concupiscência da carne), que era agradável aos olhos (a concupiscência dos olhos) e a tornaria sábia (a soberba da vida), a tentação se mostrou irresistível.
Jacques Lacan, em seus estudos sobre a formação da identidade (Eu) do sujeito afirma que o eu, “constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu.” Isto é o que ele denomina como o Estágio do Espelho.(1936)
Segundo o autor, este estágio se dá entre 6º a 18º meses de idade. A grande importância da fase do espelho está quando a criança vê sua imagem projetada no espelho. Até então, a imagem de seu corpo encontra-se incompleta e fragmentada. É ao se ver como imagem no espelho que ela passará a desenvolver uma impressão a respeito de si mesma. É o espelho (o outro) que lhe diz quem é, ou seja, e a partir do outro que o nosso eu se constituirá.
Segundo o autor, este estágio se dá entre 6º a 18º meses de idade. A grande importância da fase do espelho está quando a criança vê sua imagem projetada no espelho. Até então, a imagem de seu corpo encontra-se incompleta e fragmentada. É ao se ver como imagem no espelho que ela passará a desenvolver uma impressão a respeito de si mesma. É o espelho (o outro) que lhe diz quem é, ou seja, e a partir do outro que o nosso eu se constituirá.
Utilizando-se da artimanha de planejar algo para enganá-los, o espelho (serpente) conseguiu seduzir Adão e Eva. “ se vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.” Adão e Eva, semelhantemente à Narciso, ao contemplarem sua imagem (perfeita) no espelho, apaixonaram-se pelo reflexo dessa imagem e foram condenados à morte.
Não é errado amar a si mesmo, pelo contrario, fomos chamados como espelhos de Deus para refletir sua imagem perfeita. O errado é quando nos apropriamos de tal condição e deixamos de cultuar o Senhor para cultuar a nós mesmos – como se fossemos um deus. Isso é suicídio!
Em minha práxis, percebo que existem 3 tipos de mortes: física, emocional e espiritual, na qual o sujeito está fadado a experimentar ao eleger egocentrismo (o Eu como cerne de sua essência) como determinante de sua existência ao invés do Teocentrismo. (Deus o centro de todas as coisas).
Em minha práxis, percebo que existem 3 tipos de mortes: física, emocional e espiritual, na qual o sujeito está fadado a experimentar ao eleger egocentrismo (o Eu como cerne de sua essência) como determinante de sua existência ao invés do Teocentrismo. (Deus o centro de todas as coisas).
De todas as mortes, acredito ser a espiritual a pior de todas. Adão e Eva viviam no Jardim do Éden – lugar de irrestrita comunhão com Deus, mas quando esta comunhão foi quebrada, foram expulsos do paraíso, impedidos de compartilhar da presença de Deus. Portanto, estar fora do Éden é estar distante de Deus.
Narciso está fora do Éden porque seus olhos não conseguem mais contemplar a gloria de Deus, contempla somente sua própria imagem refletida no espelho.
“Não terás outros deuses diante de mim...” (Ex. 20:3)
Continua ...
Continua ...
Andressa Bueno