Narciso Fora do Éden (Parte 1)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Um forte egoísmo protege contra o adoecimento, mas, no final, precisamos começar a amar para não adoecer, e iremos adoecer se, em conseqüência de impedimentos, não pudermos amar. (FREUD, 1914, p. 106)

Narciso é filho do rei Céfiso e da Ninfa Liríope. Embora tenha sido uma gravidez não desejável e árdua, fôra concebido este lindo menino. Narciso era considerado um mortal de suprema beleza, mais belo do que os próprios imortais, despertando o desejo das deusas, ninfas e jovens da Grécia. No entanto, toda esta formosura do filho despertava um certo receio em Liríope. Frente a tal preocupação, vai consultar Tirésias (adivinho, profeta) para saber quantos anos viveria seu filho, visto que era o mais esplêndido dos mortais. Tirésias comunica à Liriope que seu filho poderia viver muitos anos, com a condição de que não se visse.
Narciso passou a despertar o encantamento de muitas jovens e ninfas. Entretanto, mostrava-se indiferente a quem se maravilhava por ele. Uma ninfa chamada Eco se apaixonou por Narciso. Eco havia sido punida pela deusa Hera a não conversar mais, somente repetindo as últimas palavras que ouvisse.
No verão, Narciso se aproxima de um lago para aliviar a sede que sentia. Ao chegar perto, pôde ver sua imagem refletida como se num espelho, supondo haver outro ser. Ele nunca havia visto seu próprio reflexo, e não fazia idéia que aquele jovem era ele mesmo. “Viu-se e não mais pôde sair dali: Apaixonara-se pela própria imagem”. Assim que ele sorriu, o rapaz também sorriu para ele. Quando ele tentou alcançar o jovem, os braços refletidos estenderam-se em sua direção. Mas quando tentou tocá-los, as águas ondularam-se e a imagem desapareceu. Ele chorou e lamentou até perceber que se apaixonara por seu próprio reflexo. Mas já era tarde. Ele estava tão profundamente apaixonado que tudo o que podia fazer era ficar onde estava olhando para si mesmo até o esgotamento. Exausto, Narciso caiu no lago.
A história acima trata-se da Mitologia Grega sobre Narciso, que dá origem ao termo narcisismo amplamente discutido entre psicólogos e psiquiatras. O mito narra a historia Narciso, um jovem muito bonito que desprezou o amor da ninfa Eco e por isso foi condenado a apaixonar-se por sua própria imagem espelhada na água. Este amor impossível levou Narciso à morte, afogado em seu reflexo. O narcisismo, portanto, retrata a tendência do indivíduo de alimentar uma paixão por si mesmo.
Segundo Freud, isso acontece com todos até um certo ponto, a partir do qual deixa de ser saudável e se torna doentio, conforme os parâmetros psicológicos e psiquiátricos. Portanto, existem por aí muitos narcisos que desenvolvem um culto ao seu próprio corpo. Este termo, como tantos outros emigrados do campo psíquico, tornou-se comumente usado para indicar alguém extremamente vaidoso ou egoísta
Mas qual a relação entre Narciso e o Jardim do Edém (Paraíso Terrestre) - lugar criado por Deus como habitação do homem?
Para entendermos esta relação, primeiramente precisamos nos reportar ao inicio de tudo. A Bíblia nos relata, mas precisamente no livro de Genesis, que Deus criou homem e mulher a sua imagem e semelhança – imagem perfeita e fez uma morada (Éden) para este casal viverem seus dias imortais em abundancia e gozo na presença do Senhor. No centro do Éden havia uma árvore que nela estava o conhecimento do Bem e Mal. Deus lhes ordenou: "Não comam do fruto da árvore do conhecimento, pois no dia em que comerem morrerão." Esta árvore foi o limite/veto estabelecido por Deus para o homem, pois ainda que tivessem a imagem de Deus; poder para governar e dominar a terra e vivessem em uma comunhão irrestrita com Deus, com tudo isso, não eram Deus.
Homem e Mulher tiveram uma opção: abster-se de comer o fruto da árvore e viver para sempre no Jardim; ou comê-lo e serem banidos para o mundo da mortalidade.
Deus disse: "Certamente morrerás.". "Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrerás." (Gênesis 3:1-4). O diabo negou as palavras de Deus apregoando um pecado sem conseqüências.
Eva jamais pensou em perguntar-se como uma criatura inferior poderia saber mais que Deus! Ela foi crédula o bastante para crer que poderia ser como Deus (um deus), conhecendo o bem e o mal apenas por comer do fruto proibido. Então, quando ela percebeu que a árvore era boa como fonte de alimento (a concupiscência da carne), que era agradável aos olhos (a concupiscência dos olhos) e a tornaria sábia (a soberba da vida), a tentação se mostrou irresistível.
Jacques Lacan, em seus estudos sobre a formação da identidade (Eu) do sujeito afirma que o eu, “constrói-se à imagem do semelhante e primeiramente da imagem que me é devolvida pelo espelho - este sou eu.” Isto é o que ele denomina como o Estágio do Espelho.(1936)
Segundo o autor, este estágio se dá entre 6º a 18º meses de idade. A grande importância da fase do espelho está quando a criança vê sua imagem projetada no espelho. Até então, a imagem de seu corpo encontra-se incompleta e fragmentada. É ao se ver como imagem no espelho que ela passará a desenvolver uma impressão a respeito de si mesma. É o espelho (o outro) que lhe diz quem é, ou seja, e a partir do outro que o nosso eu se constituirá.
Utilizando-se da artimanha de planejar algo para enganá-los, o espelho (serpente) conseguiu seduzir Adão e Eva. “ se vocês comerem a fruta dessa árvore, os seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecendo o bem e o mal.” Adão e Eva, semelhantemente à Narciso, ao contemplarem sua imagem (perfeita) no espelho, apaixonaram-se pelo reflexo dessa imagem e foram condenados à morte.
Não é errado amar a si mesmo, pelo contrario, fomos chamados como espelhos de Deus para refletir sua imagem perfeita. O errado é quando nos apropriamos de tal condição e deixamos de cultuar o Senhor para cultuar a nós mesmos – como se fossemos um deus. Isso é suicídio!
Em minha práxis, percebo que existem 3 tipos de mortes: física, emocional e espiritual, na qual o sujeito está fadado a experimentar ao eleger egocentrismo (o Eu como cerne de sua essência) como determinante de sua existência ao invés do Teocentrismo. (Deus o centro de todas as coisas).
De todas as mortes, acredito ser a espiritual a pior de todas. Adão e Eva viviam no Jardim do Éden – lugar de irrestrita comunhão com Deus, mas quando esta comunhão foi quebrada, foram expulsos do paraíso, impedidos de compartilhar da presença de Deus. Portanto, estar fora do Éden é estar distante de Deus.
Narciso está fora do Éden porque seus olhos não conseguem mais contemplar a gloria de Deus, contempla somente sua própria imagem refletida no espelho.
“Não terás outros deuses diante de mim...” (Ex. 20:3)

Continua ...
Andressa Bueno

O ESPELHO

sábado, 10 de outubro de 2009


"Espelho, espelho meu, sai do espaço mais profundo e vem dizer se há no mundo mulher mais bela do que eu?

Quem nunca ouviu indagação similar, marco das freqüentes inquisições da perversa madrasta em a Branca de Neve?

Ainda que a imagem refletida no mais franco dos espelhos lhe certificasse que seus cabelos não eram negros como a noite e nem seus lábios rubros como a romã, comparado a beleza de Branca de Neve, era dele – o espelho – que a madrasta rogava uma aprovação. 

O espelho assim como a janela é feito de vidro. A diferença entre um e outro, é que a janela possui dois lados transparentes e o espelho possui uma de suas faces coberta de prata, obscurecendo um lado do vidro, impedindo a passagem de luz. Assim, através do espelho podemos apenas ver a nossa imagem refletida nele e nada mais por detrás dele.

É ele , o "espelho" que oferece a imagem invertida da realidade, pois a imagem projetada no espelho é o reflexo da alma humana. 

Se seu espelho falasse, o que ele te diria?

O espelho da madrasta refletia a alma de uma pessoa arrogante e perversa, preocupada somente com sua beleza estética. E Quando contemplamos nossa imagem, vemos o reflexo de uma alma corrompida pela pecado.

"Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. (Tiago 1:23)

Jesus e o Pai (Yawhe) são um só, pois ambos estão em plena unidade. Quem conhece Jesus, também conhece o Pai, pois Jesus como um espelho, projeta glória do Pai. 

Quanto a nós, à semelhança de Jesus, fomos chamados para em tudo refletir a Goria/ Luz de Deus. Mas para isso, precisamos ser limpos, mediante obediência a palavra; sem manchas; sem máscaras... tendo "rosto descoberto e refletimos como um espelho a glória do Senhor. Nós somos transformados na sua própria imagem com uma glória cada vez maior. E esta é a obra do Senhor." (2 Cor 3:18)

Em Cristo Jesus


Brasil contra Pedofilia: PL 552/2007

quarta-feira, 16 de setembro de 2009


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve hoje um projeto de lei, que propõe que presos condenados por estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores, em casos de pedofilia, possam ser submetidos a processo de castração química. A castração será aplicada apenas nos casos mais graves, em que os tratamentos psicológicos ou psiquiátricos não tenham surtido efeito. O condenado que aceitar o procedimento poderá ter a pena reduzida em um terço, mas terá que começar a terapia antes da concessão de liberdade condicional. O preso fica obrigado a continuar o tratamento até que o Ministério Publico (MP)e o juiz de execução reconheçam avaliem, por meio de laudo médico, o sucesso ou não da terapia.

Homenagem

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hoje fazem 8 anos desde o Atentado de 11 de Setembro. Este video dedico às familias das vítimas mortas.

Deus: o limite para o mal

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Já se passaram oito anos desde Atentado de 11 de setembro nos EUA – contra as duas torres do Word Trade Center – que resultou em mais de 3 mil mortes, e ainda hoje quando revermos tais cenas ficamos chocados e assombrados com tamanha facilidade que o homem tem de por em ação toda maldade contida em si. A maldade humana sempre inquietou os pensadores dos mais diversos campos do saber e comportamento humano: filosofia, ciência, arte, religião.
Freud em seu ensaio sobre o “Mal-Estar na Civilização” (1930) dirá “...os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa quota de agressividade. Em resultado disso, o seu próximo é, para eles, não apenas um ajudante potencial ou um objeto sexual, mas também alguém que os tenta a satisfazer sobre ele a sua agressividade, ... Para o autor o ser humano não é inocente. Menos ainda amoroso e cordial como muitas vezes ele se apresenta frente a ele próprio e a seus semelhantes. Ele é cruel, intolerante, culpado.
O certo é que este evento que abalou o mundo foi um divisor de águas nas concepções sobre o mal, pois desde o Holocausto (extermínio dos judeus e outras vítimas durante a Segunda Grande Guerra), os males humanos não pareciam mais nos inquietar, pois pareciam ter limites. No entanto, após 11 de Setembro de 2001, reavivou a discussão sobre os limites da barbárie e da perversão humana, lançando entre muitos uma onda de pessimismo e descrença.
Mas ainda que o mal esteja presente em toda parte - não podemos perder a fé – crença de que em Deus encontramos a solução para todos os males da humanidade. O homem foi criado a imagem e semelhança de Deus e ainda que tal imagem esteja corrompida pelo pecado as raízes do mal podem ser arrancadas, pois mesmo que estejam instaladas em seu coração, Deus é poderoso para restaurar sua imagem no homem.



CURSO: TERAPIA FAMILIAR SISTEMICA

quarta-feira, 9 de setembro de 2009



A Lei nº 12.015, sancionada no último dia 7 de agosto, estabelece penas maiores para crimes sexuais como pedofilia, assédio sexual contra menores e estupro seguido de morte, além de tipificar o crime de tráfico de pessoas. A nova lei foi publicada no Diário Oficial da União no dia 10 de agosto.

A partir de agora, todos os crimes sexuais que constam na lei podem sofrer aumento de 50% da pena quando o ato resultar em gravidez. Quando o autor do crime sabia ou deveria saber que possui uma doença sexualmente transmissível e for transmitida à vítima, a pena pode aumentar de um sexto até metade da pena prevista.
O crime de estupro contra maiores de 18 anos continua com pena prevista de seis a 10 anos. Mas, quando o ato for contra pessoas entre 14 e 18 anos, a pena passa a ser de oito a 12 anos. Se o estupro resultar em morte, o acusado pode pegar de 12 a 30 anos de cadeia. A violação sexual mediante fraude pode resultar em dois a seis anos de prisão e é passível também de multa se houver interesse econômico na prática do crime.
Para o assédio sexual, a pena de um a dois anos agora pode ser aumentada em até um terço quando a vítima for menor de 18 anos. Quanto ao favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, a pena varia de dois a oito anos.
Entretanto a Nova lei vem gerando polemicas devido a extinção do artigo 224 que trazia a presunção de violência para os casos em que a vítima não fosse maior de 14 (catorze) anos; fosse alienada ou "débil mental", se o agente conhecesse essa circunstância; ou não pudesse, por qualquer outra causa, oferecer resistência. Assim, o indivíduo que praticasse conjunção carnal com menor de 14 (catorze) anos, ainda que com o consentimento, estaria, em tese (grifo meu), praticando o crime previsto no art. 213, estupro, pois a violência, elementar para a caracterização daquele tipo, estaria presumida por força do art. 224. Com alteração basta a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, com menor de catorze anos, para que haja consumação do delito. Então, não se trata mais de presunção de violência para configurar estupro.
Desse modo, A nova lei fechou os olhos para essa realidade social. Não estamos mais nos tempos de extremo conservadorismo em que o Código Penal foi elaborado. As pessoas iniciam mais cedo a vida sexual. Infelizmente, há casos de gravidez em meninas menores de catorze anos que se iniciaram na prática de atos sexuais por vontade própria. Pouco importa os motivos que causaram esses efeitos de precocidade. Deve-se considerar que a sociedade mudou e compete à lei acompanhar as mudanças de valores e costumes, pois atualmente - na vida moderna – é muito comum rapazes de dezoito anos terem relacionamentos duradouros com meninas de treze, às vezes com aprovação familiar.
Acredito que existem outros caminhos para se tratar com estes fenômenos, ora inevitáveis. Ao invés de punir, o Estado poderia adotar uma postura mais interventiva com o Poder Executivo, se utilizando de Políticas Publicas e criando programas de educação e prevenção sexuais para adolescentes e jovens. Seria uma forma menos lesiva e mais eficaz de se evitar os efeitos negativos dessas mutações, dentre os quais inclui-se a depravação moral.
Leia o documento na íntegra.
Acesse o link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm
 
FREE BLOGGER TEMPLATE BY DESIGNER BLOGS